Acabando o fluido vital, o Espírito se desprende do corpo num processo lento de separação dos laços fluídicos. Seria uma espécie de desatar dos “colchetes” que mantinham o Espírito preso ao corpo. Esta separação começa antes da cessação completa da vida do corpo e nem sempre termina no instante da morte. Durante o desligamento, o Espírito entra num estado de perturbação que o impossibilita de discernir o que está se passando. Esse processo pode durar horas, meses ou até anos, dependendo do grau de evolução e do desprendimento material do Espírito. Ao completar a separação, o Espírito se vê livre da escravidão material e a partir daí começa (novamente) a verdadeira vida, onde reencontramos nossos amigos e as pessoas que amamos, e eles nos felicitam se o exílio material foi proveitoso para elevar-nos na hierarquia espiritual.
O Espírito percebe tudo quanto percebemos: a luz, os sons, odores etc.; contudo, enquanto encarnados, sentimo-los por meio dos órgãos. No Espírito as sensações o sensibilizam de maneira geral, pois não existem órgãos limitadores. Além disso, o Espírito tem a capacidade de sentir quando quer, pode suspender a visão ou a audição quando lhe convier; esta faculdade está na razão direta de sua superioridade espiritual. As sensações inerentes à matéria, ao corpo, não se verificam no Espírito. Não sente fome, dor, doenças, nenhuma sensação causada por necessidade material. Mas, devido à inferioridade moral, certos Espíritos têm todas as paixões e todos os desejos que tinham em vida e seu castigo é não poder satisfazê-los.
ROGÉRIO COELHO
fonte: O Consolador