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05 janeiro 2015

Café da manhã com os moradores de rua

A Casa de Maria aos finais de semana, sendo, um final de semana sim e outro não, proporciona para os moradores de rua da Cidade de Guarulhos, um magnifico café da manhã.
Eles se reúnem na praça, para poder degustar de um belo café, com leite, pão, frio e suco.
Tudo é preparado com muito amor e carinho para que os moradores tenham um pouco de conforto nas manhãs de domingo.
Com esse trabalho a Casa de Maria, já conseguiu resgatar alguns moradores que estavam na drogas e outros conseguirem se levantar arrumando emprego e hoje consegue pagar um aluguel, para poder se manter e sobreviver dentro do necessário.
Esse trabalho assistencial que a Casa de Maria proporciona, acontece aos finais de semana, mas antes de seguir com essa doação, tem todo um trabalho espiritual que  acontece na Casa de Maria, envolvendo a todos os trabalhadores e alunos da casa, bem como envolve todos os moradores de rua, que degustam desse magnifico e glorioso café da manhã.
Abaixo segue algumas fotos da confraternização de fim de ano (2014), com os moradores de rua, onde ganharam um banquete com frutas, salgadinhos, tortas, bolos, panetone, doces, pães variados, café, leite, suco, água e até presente para a higiene intima de cada um.
Esse evento teve uma parceria com o Centro Espírita Maria de Magdala e os Palhaços da última hora.
Os palhaços percorrem os hospitais, asilos, creches, entre outros, fazendo um trabalho que dignifica o homem, aqueles que estão sem perspectiva de vida, sem autoestima... e eles conseguem alegrar, levantando o alto astral das pessoas que estão as vezes no seu leito final aqui no planeta terra.
Contamos com a colaboração de todos.
Obrigada.
Casa de Maria

















01 janeiro 2015

FELIZ ANO NOVO!!!!!



FELIZ 2015!!!! 
QUE ESSE ANO SEJA REPLETO DE MUITA LUZ E ENERGIAS POSITIVAS!!! 
MUITA PAZ E RESPEITO ENTRE OS HOMENS!!!

@CentroEspiritaCasadeMaria 


https://www.facebook.com/centrocasademaria 

30 dezembro 2014

OS MENSAGEIROS

CAPÍTULO VII - A queda de Otávio

A ausência de Aniceto deu ensejo à palestras interessantes.

Formaram-se grupos de conversação amiga.

Impressionado com as senhoras que haviam solicitado providências para Otávio, pedi a Vicente me apresentasse a elas, não que me movesse curiosidade menos digna, mas desejo de alcançar novos valores educativos sobre a tarefa mediúnica, que a palavra de Telésforo me fizera sentir em tons diferentes.

O amigo atendeu de boamente.

Em breves momentos, não me achava tão só à frente das irmãs Isaura e Isabel, mas do próprio Otávio, um pálido senhor que aparentava quarenta anos.

— Também sou principiante aqui — expliquei — e minha condição é a do médico falido nos deveres que o Senhor lhe confiou.

Otávio sorriu e respondeu:

— Possivelmente, o meu amigo terá a seu favor o fato de haver ignorado as verdades eternas, no mundo. O mesmo não ocorre comigo, a demais; não desconhecia o roteiro certo, que o Pai me designava para as lutas na Terra. Não possuía títulos oficializados de competência entretanto, dispunha de considerável cultura evangélica, coisa que, para a vida eterna, é de maior importância que a cultura intelectual, simplesmente considerada. Tive amigos generosos do plano superior, que se faziam visíveis aos meus olhos, recebi mensagens repletas de amor e sabedoria e, no entanto, caí mesmo assim, obedecendo à imprudência e à vaidade.

As observações de Otávio impressionava-nos vivamente. Quando no mundo, eu não tivera contacto especial com as escolas espiritistas e experimentava certa dificuldade para compreender tudo quanto ele desejava dizer.

— Ignorava a extensão das responsabilidades mediúnicas, respondi.

— As tarefas espirituais, tornou o interlocutor, algo acabrunhado, ocupam-se de interesses eternos e da grande enormidade de minha falta. Os mordomos de bens da alma estão investidos de responsabilidades pesadíssimas. Os estudiosos, os crentes, os simpatizantes no campo da fé, podem alegar ignorância e inibição; todavia, os sacerdotes não têm desculpa.

É o mesmo que se verifica na tarefa mediúnica. Os aprendizes ou beneficiários, nos templos da Revelação nova, podem referir-se a determinados impedimentos; mas o missionário é obrigado a caminhar com um patrimônio de certezas tais, que coisa alguma o exonera das culpas adquiridas.

— Depois de contrair dívidas enormes na esfera carnal, noutro tempo, vim bater às portas de “Nosso Lar”, sendo atendido por irmãos dedicados, que se revelaram incansáveis para comigo. Preparei-me, então, durante trinta anos consecutivos, para voltar a Terra em tarefa mediúnica, desejoso de saldar minhas contas e elevar-me alguma coisa. Não faltaram lições verdadeiramente sublimes, nem estímulos santos ao meu coração imperfeito. O Ministério da Comunicação favoreceu-me com todas as facilidades e, sobretudo, seis entidades amigas movimentaram os maiores recursos em benefício do meu êxito. Técnicos do Auxílio acompanharam-me a Terra, nas vésperas do meu renascimento, entregando-me um corpo físico rigorosamente sadio. Segundo a magnanimidade dos meus benfeitores daqui, ser-me-ia concedido certo trabalho de relevo, na esfera de consolação às criaturas. Permaneceria junto das falanges de colaboradores encarregados do Brasil, animando-lhes os esforços e atendendo a irmãos outros, ignorantes, perturbados ou infelizes. O matrimônio não deveria entrar na linha de minhas cogitações, não que o casamento possa colidir com o exercício da mediunidade, mas porque meu caso particular assim o exigia. Nada obstante, solteiro, deveria receber, aos vinte anos, os seis amigos que muito trabalharam por mim, em “Nosso Lar”, os quais chegariam ao meu círculo como órfãos. Meu débito para com essas entidades tornou-se muito grande e a providência não só constituiria agradável resgate para mim, como também garantia de triunfo pelo serviço de assistência a elas, o que me preservaria o coração de leviandades e vacilações, porquanto, o ganha-pão laborioso me compeliria a não aceder a sugestões inferiores nos domínios do sexo e das ambições incontidas. Ficou também assentado que minhas atividades novas começariam com muitos sacrifícios, para que o possível carinho de outrem não amolecesse a minha fibra de realização, e para que se não escravizasse, minha tarefa a situações caprichosas do mundo, distantes dos desígnios de Jesus, e, sobretudo, para que fosse mantida a minha impessoalidade do serviço. Mais tarde, então, com o correr dos anos de edificação, me enviariam de “Nosso Lar” socorros materiais, cada vez maiores, à medida que fosse testemunhando renúncia de mim mesmo, desprendimento das posses efêmeras, desinteresse pela remuneração dos sentidos, de maneira a intensificar, progressivamente a semeadura de amor confiada às minhas mãos.

Tudo combinado, voltei, não só prometendo fidelidade aos meus instrutores, como também hipotecando a certeza do meu devotamento as seis entidades amigas, a quem muito devo até agora.

Otávio, nesse momento, fez uma pausa mais longa, suspirou fundamente, e prosseguiu:

— Mas, ai de mim, que olvidei todos os compromissos! Os benfeitores de “Nosso Lar” localizaram-me ao lado de verdadeira serva de Jesus. Minha mãe era espiritista cristã desde moça, não obstante as tendências morais de meu pai, que era, todavia um homem de bem. Aos treze anos fiquei órfão de mãe e, aos quinze, vieram para mim os primeiros chamados da esfera Superior. Por essa ocasião, meu pai contraiu segundas núpcias, e, apesar da bondade e operação que a madrasta me oferecia, eu me colocava num plano de falsa superioridade a respeito dela. Então, minha genitora endereçou do invisível, apelos sagrados ao meu coração. Eu vivia revoltado, entre queixas e lamentações descabíveis. Meus parentes conduziram-me a um grupo espírita de excelente orientação evangélica onde minhas faculdades poderiam ser postas a serviço dos necessitados e sofredores; entretanto, faltava-me qualidades de trabalhador e companheiro fiel. Minha negação em matéria de confiança nos orientadores espirituais e acentuado pendor para a crítica dos atos alheios compeliam-me a desagradável estacionamento. Os beneméritos amigos do invisível estimulavam ao serviço, mas eu duvidava deles com a minha vaidade doente. Como prosseguissem os apelos sagrados, por mim interpretados como alucinações, procurei um médico que me aconselhou experiências sexuais. Completara, então, dezenove anos e entreguei-me desenfreadamente ao abuso de faculdades sublimes. Desejava conciliar, a força, o prazer delituoso e o dever espiritual, alheando-me, cada vez mais, dos ensinos evangélicos que os amigos da esfera superior nos ministravam. 

Tinha pouco mais de vinte anos, quando meu pai foi arrebatado pela morte. Com a triste ocorrência, ficavam na orfandade seis crianças desfavorecidas, porquanto minha madrasta, ao se consorciar com meu genitor, lhe trouxera para a tutela três pequeninos. Em vão implorou-me socorro a pobre viúva. Nunca me dignei aceitar os encargos redentores que me estavam destinados. Após dois anos de segunda viuvez, minha desventurada madrasta foi recolhida a um leprosário. Afastei-me, então, dos pequenos órfãos, tomado de horror. Abandonei-os definitivamente, sem refletir que lançava meus credores generosos, de “Nosso Lar”, a destino incerto. Em seguida, dando largas a ociosidade, com uma ação menos digna e fui obrigado a casar-me pela violência. Mesmo assim, porém, persistiam os chamados do invisível, revelando-me a inesgotável misericórdia do Altíssimo. Contudo, à medida que olvidava meus deveres, toda tentativa de realização espiritual figurava-se-me mais difícil. E continuou a tragédia que inventei para meu próprio tormento. A esposa a que me ligara, tão somente por apetites inconfessáveis, era criatura muito inferior à minha condição espiritual e atraiu uma entidade monstruosa, em ligação com ela, para tomar o papel de meu filho. Releguei à rua seis carinhosas crianças, cuja convivência concorreria decisivamente para minha segurança moral, mas a companheira e o filho, ao que me pareceu, incumbiram-se da vingança. Atormentaram-me ambos, até ao fim da existência, quando para aqui regressei. Mal tendo completado quarenta anos, roído pela sífilis, pelo álcool e pelos desgostos... sem nada haver feito para meu futuro eterno... Sem construir coisa alguma no terreno do bem...
Enxugou os olhos úmidos e concluiu;

— Como vê, realizei todos os meus  condenáveis desejos, menos os desejos de Deus. Foi por isso que  fali, agravando antigos débitos.

Nesse instante, calou-se como se alguma coisa invisível lhe viesse a garganta.

Abracei-o com simpatia fraternal, ansioso de proporcionar estímulo ao coração, mas Dona Isaura  aproximou-se mais, acariciou-lhe a fronte e falou:

— Não chores, filho! Jesus não nos falta com a bênção do tempo. Tem calma e coragem..
Com carinho, meditei na Bondade Divina, que faz eco no amor de mãe, mesmo nas regiões de além morte.