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03 maio 2014

DIVÓRCIO E LAR

Capítulo 20 do livro “Na Era do Espírito”
Emmanuel / Chico Xavier
 
            Indubitavelmente o divórcio é compreensível e humano. Sempre que o casal se encontre à beira da loucura ou da delinqüência.
 
            Quando alguém se aproxima, reconhecidamente, da segregação no cárcere ou no sanatório especializado em terapias da mente, através de irreflexões com que assinala a própria insegurança, é imperioso se lhe estenda recurso adequado ao reequilíbrio.
 
            Feita a ressalva, e atentos que devemos estar aos princípios de causa e efeito que nos orientam nas engrenagens da vida, é razoável se peça aos cônjuges esforço para que não venham a interromper os compromissos a que se confiaram no tempo. Para que se atenda a isso é justo anotar que, muitas vezes, o matrimônio, à feição de organismo vivo e atuante, adoece por desídia de uma das partes.
 
            Dois seres, em se unindo no casamento, não estão unicamente chamados ao rendimento possível da família humana e ao progresso das boas obras a que se dediquem, mas também e principalmente e muito ao amparo mútuo.
 
            Considerando o problema na formulação exata, que dizer do homem que, a pretexto de negócios e administração, lutas e questões de natureza superficial, deixasse a mulher sem o apoio afetivo em que se comprometeu com ela ao buscá-la, a fim de que lhe compartilhasse a existência?
 
            E que pensar da mulher que, sob a desculpa de obrigações religiosas e encargos sociais, votos de amparo a causas públicas e contrariedades da parentela, recusasse o apoio sentimental que deve ao companheiro, desde que se decidiu a partilhar-lhe o caminho?
 
            Dois corações que se entregam um ao outro, desde que se fundem nas mesmas promessas e realização recíprocas, passam a responder, de maneira profunda, aos impositivos de causa e efeito, dos quais não podem efetivamente escapar.
 
            Todos sabemos que do equilíbrio emocional, entre os parceiros que se responsabilizam pela organização doméstica, depende invariavelmente a felicidade caseira.
 
            Por isso mesmo, no diálogo a que somos habitualmente impelidos, no intercâmbio com os amigos encarnados na Terra, acerca do relacionamento de que carecemos na sustentação da tranquilidade de uns para com os outros, divórcio e lar constituem temas que não nos será lícito esquecer.
 
            Se te encontras nas ondas pesadas da desarmonia conjugal, evoluindo para o divórcio ou qualquer outra espécie de separação, não menosprezes buscar alguma ilha de silêncio a fim de pensar.
 
            Considera as próprias atitudes e, através de critério auto-exame, indaga por teu próprio comportamento na área efetiva em que te comprometeste, na garantia da paz e da segurança emotiva da companheira ou do companheiro que elegeste para a jornada humana. E talvez descubras que a causa das perturbações existentes reside em ti mesmo. Feito isso, se trazes a consciência vinculada ao dever, acabarás doando ao coração que espera por teu apoio, a fim de trabalhar e ser feliz, a quota de assistência que se lhe faz naturalmente devida em matéria de alegria e tranquilidade, amor e compreensão.